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sexta-feira, 10 de dezembro de 2021
SAO TOMÉ E PRINCIPE PRIMEIRO MINISTRO JORGE BOM JESUS GARANTE QUE HÁ ABERTURA TOTAL PARA O DIÁLOGO QUANTO À QUESTAO DOS AUMENTOS SALARIAIS
"07-12-2021 19:08
PM são-tomense garante “abertura total para o diálogo” sobre aumento do salário mínimo
PM são-tomense garante “abertura total para o diálogo” sobre aumento do salário mínimo
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São Tomé, 07 dez 2021 (Lusa)- O primeiro-ministro são-tomense assegurou hoje “abertura total para o diálogo” com a principal central sindical, que ameaçou convocar greve para sexta-feira se falharem as negociações para o aumento do salário mínimo e subsídios na função pública.
"Há uma abertura total para o diálogo,” garantiu o primeiro-ministro de São Tomé e Príncipe,, Jorge Bom Jesus, em reação à ameaça da Organização Nacional dos Trabalhadores de São Tomé e Príncipe (ONSTP), maior central sindical do país, que reivindica o aumento do salário mínimo nacional e garantia de pagamento de subsídios de natal, de riscos, e outros.
“Não há milagres. Nós estamos numa situação mundial desse contexto de crise pandémica que arrastou uma série de outras crises económicas, financeiras, sociais e outras e vamos continuar conversando. O que nós pedimos é compreensão da situação de aperto financeiro, mas vamos encontrando pequenas soluções”, garantiu.
O chefe do Governo assegurou também a abertura para analisar a possibilidade de aumento do salário mínimo, mas advertiu que a situação económica do país não é favorável.
“Há muitas coisas que nós não conseguimos, há anos, quando nós estávamos em melhores condições, portanto vamos [analisar] caso a caso e é isso que nós estamos a fazer, mas com toda a serenidade, sem populismo, vendo a realidade”, explicou.
Jorge Bom Jesus referiu que “os próprios funcionários públicos, os próprios sindicatos também têm a perceção da realidade” em que o país se encontra e que exige", defendeu, "uma mobilização de sinergia” e compreensão de todos para “criar um quadro de paz social” que garanta “a paz política” e o "desenvolvimento da economia”.
O secretário-geral adjunto da ONSTP, Albertino Castro, disse hoje, em declarações à Lusa, que esta organização sindical apresentou um caderno reivindicativo ao Governo a 27 de setembro, mas, lamentou que "o Governo praticamente banalizou a central [sindical] e não a recebeu para negociação”.
“Fizemos encontros em várias estruturas ligadas aos setores da função pública e os membros tomaram conhecimento e orientaram-nos a introduzir ao Governo o pré-aviso de greve com o intuito de pressionar para iniciar a negociação,” explicou.
As negociações começaram na quinta-feira passada e as partes já chegaram a vários entendimentos, estando ainda por finalizar os pontos essenciais.
“Os dois pontos que estão a criar algum bloqueio são justamente o subsídio de férias – a que o trabalhador tem direito e está na lei e que o Governo não implementa -, e estamos a negociar, com proposta da organização da central sindical, o salário mínimo nacional, porque nós recusamos o reajuste salarial porque não trazia nenhum benefício, segundo o nosso entender, à camada mais desfavorecida,” esclareceu Albertino Castro.
Atualmente o salário mínimo da função pública é de 1.100 dobras (cerca de 45 euros), mas a ONSTP propôs ao Governo o aumento para cerca de quatro mil dobras (160 euros) já a partir de janeiro de 2022, apesar de o Governo ter já introduzido o Orçamento Geral do Estado para 2022 no parlamento.
“Uma cesta básica para uma família de cinco membros engloba por volta de quase cinco mil dobras [cerca de 200 euros], mas o que nós propusemos é pelo menos cerca de quatro mil e tal dobras”, explica.
Castro acrescentou que “desde que a população teve conhecimento que o Governo iria fazer o reajuste salarial que tudo disparou no mercado” e revelou ainda que “existe mesmo trabalhadores que chegaram a fazer dívidas a contar que o Governo iria implementar o reajuste salarial, ainda mais quando o Governo prometeu que iria dar com retroativos”.
As negociações entre o Governo e a ONSTP continuam hoje em busca de consensos para evitar a paralisação da administração pública a partir de 10 de dezembro.
JYAF // JH
Lusa/Fim"
FONTE: LUSA
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