MOÇAMBIQUE apresenta sinais de diminuição das pressões sobre as suas reservas internacionais, em resultado da redução das importações e da relativa estabilização da moeda nacional que se regista desde Outubro último.
A avaliação vem contida no mais recente relatório do Banco Mundial que sustenta que esta tendência resulta do facto de o Governo ter decidido ajustar o quadro fiscal às novas realidades, através da revisão do orçamento para 2016 e do reforço do regime de aperto monetário adoptado pelo Banco Central.
Os dados divulgados na semana passada pelo Governo indicam que as reservas internacionais líquidas registaram um aumento de 60 milhões de dólares norte-americanos de Outubro até a primeira semana de Dezembro.
“O início de uma auditoria independente aos créditos da EMATUM (Empresa Moçambicana de Atum), MAM (Mozambique Asset Management) e ProIndicus constitui um passo fundamental na reconstrução da confiança. No entanto, é necessário um enfoque mais acentuado sobre o ajustamento orçamental a médio prazo para restaurar a sustentabilidade orçamental”, lê-se no comunicado distribuído ontem pelo escritório do Banco Mundial em Maputo.
Segundo esta instituição financeira internacional, as perspectivas de produção de gás natural moldam expectativas para uma recuperação no crescimento para 6,6 por cento até 2018.
O documento reconhece queos megaprojetos existentes estão a mostrar resiliência e poderão beneficiar de um impulso a curto prazo em função de uma perspetiva melhorada dos preços das principais matérias-primas.
O relatório destaca ainda a agenda de restabelecimento da confiança e da estabilidade económica que, a curto prazo, depende muito do resultado das negociações da dívida iniciada pelo Governo de Moçambique, e do tratamento transparente da auditoria independente.
“Os pontos-chave da agenda incluem a definição de um quadro de médio prazo para restabelecer a sustentabilidade fiscal, ancorada por um objectivo de redução da dívida e um programa credível de ajustamento fiscal”, considera o Banco Mundial.
A instituição fala também da necessidade do reforço da supervisão do sector financeiro e dos instrumentos de gestão de crises, e um maior rigor monetário a curto prazo.
Além disso, as actuais circunstâncias económicas destacam a necessidade de gerir melhor os riscos fiscais e os passivos contingentes. A este respeito, o relatório salienta a necessidade de reformas para desenvolver uma fiscalização eficaz das empresas estatais e outras entidades públicas, juntamente com reformas para reformular o quadro de gestão das garantias."
FONTE: NOTICIAS, JORNAL DE MOÇAMBIQUE
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