Está tudo a ser preparado ao requinte para que entre os dias 24 e 28 de Agosto corrente, a cidade da Beira acolha a festa das artes e cultura, durante a IX edição do Festival Nacional da Cultura (FNC).Celebrando a Diversidade Cultural, Pela Consolidação da Paz e Desenvolvimento é o lema do festival que juntará naquela cidade, artistas, dirigentes, turistas e amantes das artes e cultura.
Durante cinco dias, Beira vai vibrar ao ritmo das Danças e Música Tradicional, desfile de Moda, Fotografia, Artes Plásticas, Gastronomia, Livro e Disco, e Teatro.
No decorrer do evento, haverá troca de experiências entre artistas participantes e convidados, através da realização de workshops, seminários e palestras.
“São esperados cerca de três mil artistas, dos quais mil e quinhentos vão abrilhantar a sessão de abertura e encerramento do festival. Temos grupos convidados que são Angola, Brasil, China e Turquia. Entretanto, destes, a única delegação que confirmou é a do Brasil”, afirma Carlos Dove, Director Adjunto do Gabinete Central do Festival Nacional da Cultura.
Estarão no FNC três grupos: as delegações provinciais, os convidados nacionais e estrangeiros, e por último os grupos locais que vão fazendo actuações em diversos palcos. “ Teremos dois artistas moçambicanos na diáspora. É o Casimiro Nyusi (moçambicano a residir no Canadá) e Gimo Remane ( que reside na Holanda)”, acresce Carlos Dove.
ESPECTÁCULOS, FEIRAS E EXPOSIÇÕES
Os locais seleccionados para acolher as diversas actividades já estão praticamente prontos. São os casos do campo do Ferroviário da Beira que para além da sessão de abertura, será o palco principal para concertos de música ligeira. O campo do Conselho Municipal de Dondo também vai acolher sessões musicais entre às 14h00 – 18h00, assim como das 19h00 às 24h00.
A dança e música tradicional terão as suas manifestações no Bairro da Munhava, no campo do Bairro Chingussura-Manga, Espaço das Mangueiras – Dondo.
O Teatro, a Poesia, Humor e Canto Coral poderão ser vistos na Casa provincial da Cultura da Beira, no Auditório do Conselho Municipal da Beira, assim como do Dondo.
A passagem de modelo, onde os estilistas poderão expor as suas mais recentes criações a nível da moda, irá decorrer no Centro Cultural Universitário da Beira e na Sala de Conferências do Conselho Municipal do Dondo.
PROGRAMAS PARALELOS
Para além das modalidades artísticas que resultam do apuramento dos grupos nas fases anteriores à final, o FNC terá uma diversidade de eventos, desde Cinema, Palestras, lançamentos e workshops.
Assim, a projecção dos filmes que estará a cargo do Instituto Nacional de Audiovisual e Cinema (INAC) terá lugar ao longo do dia, na Casa do Artista, Casa Provincial da Beira e na Sala de Conferências do Conselho Municipal do Dondo.
As palestras e lançamentos de obras culturais vão decorrer na Casa do Artista.
As Feiras e Exposições comportam a Gastronomia (Casa dos Bicos, Bairro da Munhava, Clube do Dondo), Artes Plásticas e Fotografia (Casa do Artista e no Centro Educacional do Dondo),Artesanato, Escultura e Moda (Átrio da estação dos Caminhos de Ferro dos CFM), Livro e Disco(Pavilhão da Universidade pedagógica), Exposição de potencialidades Turísticas e de pesca(Átrio da estação dos Caminhos de Ferro de Moçambique), assim como Exposição de Artes Visuais(Átrio do Centro Cultural Universitário – CUCA).
“MAHANYELA” LANÇADO NO FESTIVAL
No âmbito da realização do IX Festival Nacional da Cultura, a ter lugar de 24 a 28 de Agosto, na cidade da Beira, será apresentado o CD . Disco Compacto de peças de teatro radiofónico denominado “Mahanyela” de Abdil Juma.
“Mahanyela” retrata a vivência das sociedades moçambicanas e está organizada em rádio-drama. São obras que foram difundidas no programa “Cena Aberta” da Rádio Moçambique.
Segundo Abdil Juma “a apresentação do CD “Mahanyela” na Beira acaba sendo a realização do meu sonho de colocá-lo a outros ouvintes espalhados por este Moçambique, atendendo que o festival vai reunir gente de vários quadrantes”.
BAILADO ARUANGWA
EM HOMENAGEM À BEIRA
Como acontece em todas as edições dos festivais, a sessão de abertura é coroada por uma apresentação especial de um bailado. A tradição vai manter na cidade da Beira declarada capital da Cultura Moçambicana para o ano de 2016.
Um bailado sob a coordenação de Cândida Mata e da Coreógrafa Maria Luísa Mugalela, com a duração de trinta minutos, será apresentando no dia 24 de Agosto, no campo do Ferroviário da Beira.Aruangwa é como se denomina o bailado.
“ A província de Sofala, num esforço conjunto com o Ministério da Cultura e Turismo, compôs o bailado Aruangwa, cuja a temática e conteúdo histórico retratam a vida das comunidades (Reinos e Impérios antigos), contacto com os Árabes Persas e a chegada dos Portugueses e o processo de ocupação colonial, a luta de libertação nacional e a Independência de Moçambique”, explica Cândida Mata, uma das coordenadoras do bailado.
“ A província de Sofala, num esforço conjunto com o Ministério da Cultura e Turismo, compôs o bailado Aruangwa, cuja a temática e conteúdo histórico retratam a vida das comunidades (Reinos e Impérios antigos), contacto com os Árabes Persas e a chegada dos Portugueses e o processo de ocupação colonial, a luta de libertação nacional e a Independência de Moçambique”, explica Cândida Mata, uma das coordenadoras do bailado.
“No bailado Aruangwa, as vivências são apresentadas sob forma de teatro, danças e cânticos que retratam as cantigas desta epopeia acompanhado do rufar dos tambores”, afirma Cândida Mata.
A região onde se encontra implantada a cidade da Beira, foi primitivamente conhecida por Bangwe, junto a actual baía de Sofala, onde também deságua o rio Púngwe (conhecido na historia por rio Aruangwa).
Praticamente, o bailado resume-se na província de Sofala, no contexto dos Reinos e Impérios Antigos, dos contactos com os povos do mar, do processo da ocupação efectiva, da luta de resistência secular e do nacionalismo e
da exaltação das conquistas do povo moçambicano, Pós-Independência.
da exaltação das conquistas do povo moçambicano, Pós-Independência.
“O bailado expressa igualmente, as emoções e conquistas, os processos de retro-alimentação das culturas e civilizações, proporcionando e acelerando o progresso dos povos”, afirma Cândida Mata.
Em termos de composição numérica, Aruangwa é interpretado por 1500 elementos (crianças, adolescentes e jovens estudantes, artistas dos grupos, associações culturais da Beira, actores e mamãs de diferentes associações e organizações sociais).
“Este elenco é complementado por um grupo operacional técnico composto por professores de dança e de educação física, actores de teatro, percussionistas, artistas plásticos e músicos. No bailado estão incorporadas as danças e ritmos típicos da província: Makway, Ndokodo, Utse, Mandona, Mukaoa, Xigande, Madjimane, Semba, Manthiki, Dhagadja, Maphaza , Valimba, entre outras”, explica Cândida Mata.
Para o encerramento, no dia 28 de Agosto, que se espera seja feita pelo Primeiro-Ministro, Carlos Agostinho do Rosário, serão apresentadas duas danças populares de Sofala, Makway e Utse, respectivamente.
MODALIDADES ARTÍSTICAS DAS DELEGAÇÕES
Depois das fases de apuramento - Postos Administrativos, decorrida em Abril e Maio; Distrital (Maio e Junho), e a fase Provincial (Junho), é chegado o momento de os grupos exibirem de forma afinada as suas coreografias, música e indumentária.
Todas as delegações são compostas por setenta e cinco elementos, exceptuando a de Niassa que tem sessenta e cinco.
CABO DELGADO
A província de Cabo Delgado, famosa pela mítica dança Mapiko, vai participar na fase final do FNC exibindoDança e Música Tradicional, Música Ligeira, Canto Coral, Teatro (humor), Poesia, Desfile de Moda, Artesanato, Gastronomia e Bebidas. Setenta e cinco artistas compõem a delegação daquela província. O artista mais novo da delegação é Jacinta Augusto, com doze anos de idade, sendo o mais velho, Horácio Ntchamoko – de setenta e seis anos de idade.
NIASSA
Despidos de tabus e inspirados pela pura água do Lago Niassa, os artistas da nortenha província que desponta culturalmente, trazem para a festa nacional da cultura, a sua Dança Tradicional, Música Ligeira, Canto Coral, Poesia, Artes Plásticas, Artesanato, Gastronomia, Teatro, Desfile de Moda. O artista mais novo é Ana Maria Rachide com cinco anos de idade, enquanto o mais velho chama-se Saíde Omar Cauno e tem sessenta e quatro anos.
NAMPULA
Tendo como artista mais novo Lucrécia Nicuia, de dez anos de idade, e Josefa Machado, de cinquenta e sete anos de idade, como a mais velha, Nampula, traz para além do Tufo e da típica indumentária das capulanas e cores vivas, a Dança Tradicional, Canto Coral, Desfile de Moda, Teatro, Artesanato, Artes Plásticas, Fotografia, Poesia , Gastronomia e Ilusionismo.
ZAMBÉZIA
Cheios de energia e vaidade pelo tão cobiçado prato Mukapata e frango à zambeziana, os zambezianos estão prontos para partilhar nos palcos de Sofala, a sua Dança Tradicional, Música Ligeira e Tradicional, o Canto Coral, Teatro, Desfile de Moda, Artes Plásticas, Artesanato, Fotografia, Livro e Disco, Audiovisual e Cinema, Gastronomia e Bebidas Alcoólicas tradicionais, Ilusionismo. Marito Gamião Escola, de cinquenta e quatro anos, é o artista mais velho da delegação, sendo Tay da Hélia Moreira, de treze anos, a mais nova.
TETE
Partilhando com Niassa o distintivo de ter uma das danças como Património Imaterial da Humanidade, Nyau, Tete vai exibir no FNC a Dança Tradicional, o Canto Coral, Música Tradicional e Ligeira, Teatro, Gastronomia, Artesanato, Poesia, Artes Plásticas. AMN Milagrosa Joanzinho Makhenze é o artista mais novo com 9 anos de idade, enquanto Damitário Bureza Jaisse é o mais velho da delegação, com 64 anos de idade.
MANICA
Inspirados pela Cabeça de Velho, pinturas rupestres de Xinhamapere e não só, os artistas de Manica estão a caminho de Sofala para partilhar as suas Danças Tradicionais, Música Ligeira e Tradicional, Canto Coral, Teatro, Gastronomia, Artesanato, 8.Artes Plásticas, Fotografia, Poesia, Desfile de Moda . Sua delegação de setenta e cinco pessoas tem a Elisa Mário, de oito anos de idade como artista mais nova, enquanto João Manuel, de sessenta e quatro anos é o mais velho.
SOFALA
Sorrisos rasgados e braços abertos é como estão os artistas de Sofala e não só, prontos para receberem os visitantes que durante uma semana vão colorir aquela província. Dança Tradicional, Música Ligeira e Tradicional, Teatro, Desfile de Moda, Poesia, Artes Plásticas, Artesanato e Gastronomia é o pouco do muito que Sofala tem preparado como hospedeira da nona edição do Festival nacional da Cultura. Paulina Anibal, de treze anos é a artista mais nova, sendo Ussura Moisés Simango, de sessenta e oito anos, a mais velha.
INHAMBANE
A Timbila – Património da Humanidade, as águas que rodeiam a província, inspiram os artistas a juntarem-se à festa cultural através da Dança Tradicional, Musica Tradicional e Ligeira, CantoCoral, Poesia, Teatro e Ilusionismo, Gastronomia, Desfile de Moda, Audiovisual e Cinema, Fotografia, Artesanato, Artes Plásticas. Benalda JacintoTembe e Alexandre Lúcia, são os artistas mais novos da delegação com dezasseis anos de idade. Fernando Rungo, de setenta e um anos é o artista mais velho.
GAZA
Da dança guerreira Xigubo, os artistas de Gaza ganharam impulso para partilhar em Sofala, as suas Dança Tradicionais, Música Ligeira, Teatro, Desfile de Moda, Artesanato, Poesia , Gastronomia, Artes Plásticas. Celestina Salomão Ngovene é o mais novo membro da delegação com nove anos de idade, enquanto Elisa Simbine ostenta o título de mais velha com sessenta e cinco anos de idade.
MAPUTO CIDADE
A delegação de Maputo Cidade, ovacionada pela contagiante Marrabenta, vai exibir no FNC, a Dança Tradicional, Canto Coral, Musica Tradicional e Ligeira, Teatro (Humor), Desfile de Moda, Artes Plásticas, Gastronomia. Arnaldo André Cossa, de catorze anos de idade e Fernando Macamo, de cinquenta e sete anos, são os mais novo e velho, respectivamente.
MAPUTO PROVÍNCIA
A Makwaela e Xikwakwakwa são algumas das atracções desta delegação que irá exibir Dança Tradicional, Música Ligeira, Poesia, Desfile de Moda, Artesanato, Artes Plásticas e Gastronomia.Angélica Tela Cuna, de dez anos é a artista mais nova, enquanto João Tsawane , veste a camisola de mais velho com setenta e dois anos.
Texto de Frederico Jamisse
frederico.jamisse@snoticicas.co.mz"
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FONTE: DOMINGO, JORNAL DE MOÇAMBIQUE
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