O HOSPITAL Central de Maputo (HCM) já realiza cirurgias a pacientes com doenças coronárias de coração (obstrução dos vasos do coração), através de uma tecnologia que é implementada pela primeira vez numa unidade hospitalar pública em Moçambique.
Trata-se de um marco histórico da Saúde no país, pois para além de acontecer num hospital público envolve uma equipa de médicos e enfermeiros nacionais, recentemente treinada para o efeito.
Realizada a custo zero, no HCM, a mesma cirurgia pode custar fora desta unidade sanitária entre 10 e 15 mil dólares ou 25 e 35 mil dólares norte-americanos, dependendo de cada especificidade e/ou do tipo de intervenção, segundo explicou Atílio Morais o cirurgião que liderou a equipa médica que semana passada operou três doentes.
João Fumane, director-geral do HCM, destacou a relevância de partilhar esta informação com o público, pois antes os doentes abraço com esta complicação eram referidos ao Instituto do Coração ou a hospitais da França e Portugal. Os que têm recursos financeiros recorriam aos hospitais indianos.
As coronárias são artérias de extrema importância para a irrigação do coração que por sua vez participa na alimentação de todos outros órgãos. A doença manifesta-se em pessoas a partir de uma certa idade (50/60 anos) em indivíduos que sofrem de diabetes, tensão alta, com elevados níveis de colesterol e fumadores.
Em 2007 o HCM avançou no campo da cirurgia a coração aberto e semana passada deu um outro passo para o campo das coronárias. Assim, três vezes por semana será operado igual número de doentes se assim o diagnóstico exigir, num acto que dura entre três e quatro horas.
Dois milhões de dólares norte-americanos são o valor investido pelo Estado de 2007 a esta parte no HCM na compra de consumíveis, reabilitação de infra-estruturas, compra de equipamento e formação de técnicos qualificados.
Entretanto, o cardiologista Domingos Diogo aliou a evolução que se assiste no campo da cardiologia à necessidade de acompanhar o actual perfil epidemiológico que tende a mudar de tempos em tempos.
“Há vinte anos o ataque cardíaco acontecia uma ou duas vezes por mês e era raro, mas ultimamente temos entre um e dois casos por dia, razão pela qual deve se evoluir para a cirurgia a coronárias. Agora penetramos dentro de qualquer vaso do corpo para, com precisão, ver onde uma artéria está fechada, o que se deve fazer e isso só é possível com um aparelho da hemodinâmica”, disse."
FONTE: JORNAL NOTICIAS DE MOÇAMBIQUE
FONTE: JORNAL NOTICIAS DE MOÇAMBIQUE
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