PESQUISADORES da Universidade Eduardo Mondlane (UEM) e do Instituto Francês de Investigação para a Exploração do Mar (IFREMER) passarão a colaborar na realização de pesquisas científicas em águas profundas.
Para o efeito, as duas instituições assinaram recentemente um acordo de cooperação na área de ciências e tecnologias marinhas e do Ensino Superior. Parte do acordo estabelece que as duas instituições deverão formar uma equipa conjunta constituída por pesquisadores de diversas áreas entre biólogos e geólogos marinhos para uma expedição em alto mar para a realização de pesquisas subaquáticas.
A IFREMER é conhecida no mundo por possuir navios e material de alto valor tecnológico e de última geração, que lhe permite realizar pesquisas de relevo em alto mar dentro e fora da França.
No quadro desta parceria, a instituição francesa disponibilizou uma embarcação que vai auxiliar os pesquisadores na efectivação das referidas pesquisas. Trata-se de "L' atlante", um navio que detém no seu interior um veículo submarino teleguiado, capaz de descer até seis mil metros nas profundezas do mar e captar imagens em 3D, possui uma sonda que lhe permite colher amostrar e traze-las à superfície, entre outras. Esta embarcação esteve durante alguns dias, a título demonstrativo, ao largo da costa moçambicana, mais concretamente no Porto de Maputo.
Salomão Bandeira, do Departamento de Biologia na Faculdade de Ciências da UEM, explicou que há informação bastante sobre pesquisas na zona costeira moçambicana, porém pouco ou nada se sabe sobre o que acontece nas profundezas do mar, longe dos mangais, dos recifes de coral e longe das pescarias comuns.
Argumenta que este tipo de pesquisas só é possível mediante a existência de instrumento que permitam a observação e colheita de amostras no fundo do mar, da existência de uma câmara submersível que pode ser controlada de forma automática, de objectos submersíveis capazes levar pesquisadores para o fundo do mar sob condições específicas. São condições que o navio L"Atlante possui.
Moçambique tem uma linha extensa de costa estimada em pouco mais de 2500 quilómetros, uma das maiores da região austral.
O biólogo adianta que o conhecimento do mar profundo pode revelar outros aspectos até aqui desconhecidos, como as transformações que ocorreram ao longo do tempo do ponto de vista geológico.
Os pesquisadores da IFREMER estão particularmente interessados em conhecer as transformações ocorridas na Bacia do Zambeze, desde a criação desta. Uma pesquisa ao mar profundo pode, igualmente, ajudar a revelar potenciais recursos marinhos existentes no subsolo aquático moçambicano.
A fonte garante que o estudo do fundo do mar é novo para muitos países e que pode ajudar o país a compreender até questões relacionadas com as mudanças climáticas, o clima, os ciclones, entre outros.
No acto da assinatura do acordo de cooperação, o Reitor da UEM, Orlando Quilambo, disse que esta parceria ganha importância na medida em que, a costa moçambicana, apesar de possuir uma diversidade geológica invejável, ela continua desconhecida.
Segundo Quilambo, a diversidade biológica em geral, torna o país num ponto de atracção de investigadores de várias áreas.
A cooperação com a IFREMER vai permitir, por outro lado, a mobilidade de docentes e estudantes. Esta troca, segundo o Reitor, permitirá a partilha de experiências. Este acordo pode alavancar a internacionalização da UEM.
Entretanto, o Presidente da IFREMER, Gilles Lericolais, salientou que ao longo dos tempos a acção do homem sobre o mar tornou-o vulnerável e imprevisível ao próprio homem. Considera que a realização de pesquisas subaquáticas pode ajudar a tornar os oceanos menos imprevisíveis ao Homem."
FONTE: JORNAL NOTICIAS DE MOÇAMBIQUE.
a) . A noticia e antiga mas, gostaria de saber oque devo fazer pra fazer parte dessa pesquisa sou estudante dp curso de Geologia Marinha da UEM-Escola superior de Ciencias Marinhas e Costeiras. E gostaria de contribuir com estudos da area de geologia marinha em Mocambique. Neivaldo Marcos Chavala
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