sábado, 2 de novembro de 2013

EAST 3ROUTE EXPEDIÇÃO ANUAL DE 13 A 19 DE OUTUBRO PROMOVENDO O SUL DE MOÇAMBIQUE, SUAZILÂNDIA,E A PROVINCIA SUL - AFRICANA DE KWAZULU - NATAL COMO DESTINO TURISTICO COMUM, FOI UM SUCESSO

A TERCEIRA edição do East 3Route de 13 a 19 de Outubro, expedição anual que desde 2011 promove o sul de Moçambique, Suazilândia e a província sul-africana de Kwazulu-Natal como destino turístico comum, robusteceu à iniciativa, admitiu um novo membro e garantiu metade do financiamento para os próximo três anos.
Percorridos cerca de dois mil quilómetros, conectando pontos como praia do Bilene, Piggs Peak, na Suazilândia, e KwaBulawayo, no KZN, os perto de 200 participantes entre governantes dos três países, operadores turísticos, representantes de agências de viagens e técnicos dos organismos estatais do sector chegaram a consenso de que as expedições constituem um contributo muito grande para a atracção de mais turistas e de investimento na rota comum.
Embora o Kwazulu-Natal e a Suazilândia não tenham revelado números sobre novos investimentos e de movimentação de turistas, os três países juntos no projecto desde 2011reivindicam ganhos de há alguns anos a esta parte, o que é, em parte, resultado do East 3Route.As duas primeiras expedições juntaram delegações de três países, mas esta teve a particularidade da participação das Ilhas Seychelles que, de forma tímida, vinham avaliar o cenário e negociar a sua inclusão no projecto, intenção aceite pelos fundadores do East 3Route.De salientar que o projecto East 3Route assenta na Iniciativa de Desenvolvimento Espacial dos Libombos decretada em 1998 pelos antigos presidentes de Moçambique e África do Sul, Joaquim Chissano e Nelson Mandela, respectivamente com o Rei da Suazilandia, Mswati III.A iniciativa visa fundamentalmente o desenvolvimento de infra-estruturas turísticas na zona entre as três nações com o pressuposto de que o mesmo traga melhorias na conservação da biodiversidade, no desenvolvimento da vida das comunidades locais e no intercâmbio cultural.Nesse sentido, a autoridade máxima de turismo no KZN disponibiliza nove milhões de rands para financiamento imediato de projectos turísticos comunitários ao longo da rota que tem sido anualmente percorrida.Michael Mabuyakhulu, Ministro de Desenvolvimento Económico e de Turismo de KZN, disse que o valor anual, que começará a ser aplicado já em Fevereiro na construção de postos de venda de artigos turísticos nas fronteiras terrestres de Moçambique, RAS e Suazilândia, poderá subir para 16 milhões de rands nos próximos cinco a seis anos.De 2011 a esta parte, o East 3Route vinha sendo suportado quase que na totalidade pelo Governo de KZN, que desembolsou cerca de 18 milhões de rands para as primeiras três expedições. Entretanto, as próximas três, aquela província vai suportar metade das despesas, o que mesmo assim foi recebido com satisfação pelo nosso país, Suazilândia e Ilhas Seychelles, nações que deverão juntar a outra parte necessária para as edições de 2014, 2015 e 2016.
À VISTA 1800 EMPREGOS
Cerca de 1800 novos empregos serão brevemente abertos no sector de turismo em Moçambique quando 30 novos hotéis em construção entrarem em funcionamento.O ministro do sector, Carvalho Muária, que revelou o dado durante a última edição do East 3Route, disse que as obras das novas unidades hoteleiras, praticamente em todo o país estão avaliadas em 10 biliões de meticais, acrescentando que algumas infra-estruturas encontram-se já na fase conclusiva.
Desde 2004, altura em que o turismo foi declarado sector prioritário para o desenvolvimento económico do país, inúmeras acções foram desencadeadas para que o pressuposto se materializasse, basicamente através do crescimento de número de turistas e consequentemente das colectas resultantes disso.Ao que os dados oficiais apontam, os resultados são já visíveis. No ano passado, o país colectou 248 milhões de dólares norte-americanos contra os 95 milhões de USD arrecadados em 2004.
Cerca de 2.2 milhões de visitantes internacionais com fins turísticos escalaram Moçambique em 2012 contra os 711.060 registados naquele ano, dados que ilustram a evolução.
No que concerne à Iniciativa East 3Route, Carvalho Muária defendeu um maior envolvimento do sector privado, ao qual encorajou a estabelecer parcerias com agentes dos outros países e/ou com as comunidades locais.
Aliás, a mesma visão foi sendo defendida por Hiune Abacar, director do Instituto Nacional de Turismo (INATUR), que foi na prática o líder da comitiva moçambicana no evento, uma vez que o ministro esteve na expedição só no Bilene, parte inicial.
ESCALAR SEYCHELLES QUESTÃO POR ANALISAR 
A datae a forma de se levar a expedição às Ilhas Seychelles será decidida dentro de três meses num encontro entre os representantes dos quatro países membros do projecto.Michael Mabuyakhulu, Ministro de Desenvolvimento Económico e de Turismo de KZN, disse no final do evento que embora existam ideias, o período a partir do qual as expedições chegarão às Seychelles e os meios a usar foram remetidos para um encontro técnico.Embora o governante, que sempre se assumiu como líder do projecto não tenha avançado as ideias, comentava-se a hipótese de as idas e regresso daquelas ilhas serem feitas de avião via Durban, África do Sul. Ou seja, continuar-se-ia a ligar Moçambique, Suazilândia e KZN por estrada e quando fosse a vez de ir àquelas ilhas, as delegações partiriam de avião daquela cidade sul-africana.Outra hipótese é através do cruzeiro, podendo-se usar os portos de Maputo e/ou Richards Bay.Sherin Naiken, directora executiva de Turismo nas Seychelles, congratulou-se com a admissão do seu país, destacando que o facto dar-lhes-á mais acesso aos restantes países da região austral de África.Apontou que na actual conjuntura, nenhum país é mais ilha, uma vez que todos são impelidos a cooperarem com os demais, sendo o East 3Route uma oportunidade nobre para aquele ponto de África.
Com a entrada das Ilhas Seychelles, a designação desta iniciativa e o respectivo logótipo serão alterados, tal como revelou o ministro de KZN, facto que fora anteriormente apontada como desnecessária pela governante ilhoa, alegando que o East 3Route já era uma marca consolidada.
EMPRESÁRIOS EXIGEM REMOÇÃO DE BARREIRAS
Agentes económicos participantes na conferência de investimentos realizada na Suazilândia, auge da expedição, apelaram aos governos para que eliminem as barreiras burocráticas que dificultam as parcerias empresariais entre membros dos países do projecto.Numa sessão denominada Investimento Directo Estrangeiro como chave para o crescimento e prosperidade nas economias em desenvolvimento, os painelistas moçambicanos Pedro Carvalho, do Line of Business Limited, Pedro Sousa, da Turvisa, Cardoso Muendane, da Arkus Leisure & Golf Resorts, os suázis Sihle Zwane, da Rhodes Food Group e Bravin Pebari, da Universal Milling, bem como os sul-africanos Kim Brevin, representante da NUMZ Adventure Island e Nathi Thusi, da Nzenga Investments, deram exemplos concretos das dificuldades pelas quais passam quando pretendem sair dos seus países de origem e estabelecer parcerias em uma das três nações.Os sul-africanos, por exemplo, podem não criar nenhum problema para um moçambicano fixar empresa no seu território, mas exigir uma série de requisitos, alguns proibitivos, para conceder ao mesmo empresário um visto de residente.O fluxo de capitais entre Moçambique e Suazilândia foi igualmente apontado por aqueles empresários como deveres complicado pelos respectivos bancos centrais, numa altura em que redes criminosas fazem passar pela fronteira comum avultadas somas monetárias para negócios ilícitos ao contrário dos painelistas que pretendem aplicar os fundos no desenvolvimento das economias nacionais.
FRONTEIRA SUÁZI ULTRA COMPLICADA
Na verdade, cruzar a fronteira da Suazilândia é complicado.Na tarde de 15 de Outubro, os integrantes da expedição, um evento de Estado, levaram cerca de hora e meia para ver os seus passaportes e viaturas despachadas, quando instantes antes havia se saído do lado moçambicano sem se parar.A caravana, com mais de 200 pessoas em cerca de 60 viaturas, encontrou o pessoal da Migração no exterior pronto a recolher os passaportes e orientar no sentido de se avançar para a parte suázi e que os documentos seriam imediatamente encaminhados, o que realmente aconteceu.
Por razões não apuradas, os agentes de Migração daquele país levaram uma eternidade para autorizar a expedição a avançar.Ademais, houve três viaturas que acabaram sendo retidas na fronteira por questões burocráticas ultrapassáveis, tendo em conta a natureza do evento na qual estavam inseridas.
MOÇAMBICANO ELOGIADO
Num golpe de mestre, Moçambique propôs que no seu território a expedição escalasse, não só a cidade de Maputo tal como em 2012, mas chegasse à praia do Bilene, a cerca de 200 quilómetros da capital, algo aceite pelas demais partes.De facto, a caravana partiu na manhã de segunda-feira 14 rumo àquela zona turística. A saída da Avenida 10 de Novembro foi atabalhoada devido à fraca organização da escolta policial, com cada condutor, incluído os sul-africanos e suázis, a escolher a via, o que acabou manchando o nosso desempenho. Quando uns estavam a passar Marracuene, outros ainda tentavam chegar a Benfica.Entretanto, quase todos ficaram maravilhados com Bilene, mas muito mais com os investimentos de um moçambicano incontornável no ramo turístico e hoteleiro nacional: Quessanias Matsombe.   O empresário, dono em 70 porcento – os restantes pertencem as suas filhas – do Grupo Humula, aproveitou o momento para apresentar a sua nova estância: Humula Beach Resort ou apenas Humula II, com 60 quartos, dos quais três presidenciais e 11 suites executivas, com sala de conferências para 600 pessoas e restaurante de 300 lugares.   Com aquela unidade, a segunda no Bilene, onde funciona o Humula I desde 1994, e a terceira, contando com o Xissaka, em Namaacha, aberto em 2005, o moçambicano emprega 160 profissionais.A beleza das instalações, a vista ao mar que oferece e o requinte do serviço deixaram os participantes, incluindo os sul-africanos, boquiabertos, ao ponto de não se cansarem de citar Quessanias Matsombe no resto do East 3Route como exemplo de investidores com visão e perspectiva necessárias.     
José Chissano" FONTE JORNAL NOTICIAS DE MOÇAMBIQUE.

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