"Edição multimédia, engenharia reversa, programação comparativa são alguns dos cursos que podem trazer mais valias aos futuros trabalhadores
Seis cursos que os empregadores gostariam que os seus funcionários tivessem
Edição multimédia é essencial
D.R.
D.R.
A escola está de volta, por entre uma controvérsia e um cinismo crescentes. A qualidade, legitimidade e valor económico das licenciaturas e MBA poucas vezes estiveram sob um ataque tão intenso. A empregabilidade dos licenciados nunca foi tão deprimente. Claramente, as máquinas estão a ficar cada vez mais inteligentes a fazer muitas das coisas que, tradicionalmente, eram feitas por pessoas. Isto significa que as pessoas têm de se tornar mais inteligentes de uma maneira não tradicional em coisas que as máquinas ainda não estejam preparadas para pensar ou fazer. O que significa que os educadores, por todo o mundo, devem repensar a forma de valorizar o seu produto mais importante: os alunos.Se eu aconselhasse as universidades com aspirações a destacar-se — ou os seus alunos, acerca daquilo que deviam esperar da sua educação dispendiosa — os cursos seguintes representariam excelentes pontos de partida para uma reforma curricular fundamental.
Edição Multimédia. Cada vez mais, os trabalhadores do conhecimento não estarão simplesmente a criar ou a gerar informação, mas sim a reunir, reorganizar e atribuir prioridades à informação de outros. Por outras palavras, estarão a editar. Precisarão de extrair, resumir, sintetizar e apresentar linearmente o trabalho de outras pessoas, ou de máquinas. Muita desta informação será incompleta ou incipiente (podem perguntar ao meu editor.) A capacidade para escrever uma frase ou filmar uma sequência não é o mesmo que a capacidade para as editar. A capacidade para mergulhar em terabytes de dados, identificar (individualmente ou em colaboração) o que é mais importante e reestruturá-lo de uma maneira acessível, com sentido e utilizável por uma variedade de audiências, será cada vez mais uma capacidade essencial. Que empresa não está interessada em licenciados capazes de transformar um petabyte de informação em 12 minutos de uma fluente apresentação multimédia interativa?
Cenários. Além de saber como criar uma narrativa atraente a partir de resmas de dados, haverá um bónus para os que forem capazes de pintar imagens vivas de amanhãs possíveis. O planeamento de cenários é tão essencial para a formulação de estratégias como é para a conceção das tecnologias e indústrias da nova geração. Pensar em termos de cenários força as pessoas a examinarem rigorosamente princípios fundamentais e riscos inesperados. Os cenários exigem capacidades explicativas e analíticas, assim como literárias. Que empregador sério não quer contratar alguém que possa visualizar e articular cenários que descrevam o(s) futuro(s) da empresa?
Desportos de Competição “Fantasy”. Compreender as probabilidades, estatísticas e dados analíticos é cada vez mais importante para identificar e gerir eficazmente os desempenhos altamente talentosos. Como o “Moneyball” e a ascensão dos quantitativos nos desportos profissionais do mundo inteiro atestam, a capacidade para melhorar continuamente a qualidade e especificidade da análise de desempenho é uma chave para o sucesso. A sorte é importante, mas também as probabilidades baseadas em informação. Este curso exige que pequenas equipas de estudantes compitam uns com os outros em, pelo menos, dois desportos de equipa ricos em dados. As equipas de estudantes, dispondo de orçamentos e outros constrangimentos, têm de reunir e pôr em campo as melhores equipas possíveis e justificar os seus investimentos e negócios. As suas notas dependerão, de facto, do desempenho das suas equipas no campo virtual. Serão dados créditos pelo desenvolvimento de formas de medição novas ou inovadoras para a avaliação da performance (por exemplo, números relativos às audiências como uma variável da “economia da equipa”). O objetivo não é criar equipas ou ligas de aspirantes a estatísticos como Nate Silvers mas garantir que os alunos, no final do curso, sabem o suficiente de estatística para não haver probabilidade de serem enganados por charlatães.
Engenharia Reversa. Este curso observa o que faz com que as experiências, invenções e artefactos funcionem, depois desconstrói-os para os voltar a construir. Por outras palavras, é um curso prático em que os estudantes adquirem conhecimentos e capacidades enquanto procuram replicar e recriar coisas que funcionam. O que faz funcionar a página web da Amazon? Quais são os ingredientes de um touchscreen? Como é que um telemóvel faz uma fotografia em comparação com um vídeo? O que faz um membro artificial reagir? O que faz uma torradeira torrar? Trata-se de um curso que monta as coisas depois de, primeiro, as desmontar. O objetivo é dar aos alunos um vocabulário e uma capacidade para, interativamente, compreenderem as ligações entre desenho tecnológico e construção. O objetivo não é de reparação ou manutenção de tecnologias, mas sim dar aos alunos o poder de identificarem e compreenderem os fundamentos de física, ciência dos materiais e desenho tecnológico que se combinam para resultados com valor. Apreciar a essência da tecnologia e a tecnologia da essência é fundamental. Perceber o quanto a integração do design pode ser difícil, desafiadora e importante, e por que razão tem de ser bem gerida, é fundamental.
Programação Comparativa. Há outro blogue neste site que pergunta, “Os MBA devem aprender programação?” E aí está uma pergunta totalmente incorreta. A melhor pergunta a fazer, é: que aspetos de programação devem os estudantes de MBA e os universitários aprender? Quando o mundo está repleto de XML, Erlang, Python, Ruby-on-Rails, Objective C, C++, Java, SQL, etc, “programação” torna-se uma designação pouco apropriada. O desafio pedagógico será, antes, quais são as coisas mais importantes que as pessoas precisam de compreender acerca da gramática, semântica e cultura das linguagens informáticas. Se a fluência não for possível ou prática, o que o é? O valor surge predominantemente da capacidade de programar, ou da capacidade ler, seguir ou perceber as limitações e as forças de um programa? Conceber um curso coerente, que dê às pessoas que usam o software um insight genuíno e praticável para a linguagem subjacente às aplicações e serviços que usam, continua a ser um dos grandes desafios educacionais da era digital. Talvez “Programação Comparativa” evolua para um curso não muito diferente do de Edição, onde a chave para o sucesso cognitivo e conceptual é a capacidade de identificar qual é a linguagem de programação mais importante e, efectivamente, refiná-la. Uma experiência de sala de aula que dá aos alunos a confiança de saberem porquê e como funciona e evolui o seu software será de inestimável valor para os próprios alunos e para os empregadores que os contratem.
Ciências Culinárias & Tecnologia. Outro curso prático, integrando princípios científicos fundamentais com conhecimentos do mundo real, desafia os alunos a transformarem a sua compreensão da comida. Toda a gente come, mas demasiadas pessoas pensam que a comida vem dos supermercados e que cozinhar é aquecê-la segundo as instruções. Compreender a química e as propriedades materiais dos ingredientes é, de facto, uma ciência. Apreciar o papel das tecnologias em cada etapa de cultivo, preparação, apresentação e preservação desses ingredientes exige uma compreensão genuína de engenharia de alta tecnologia. O papel das cadeias de fornecimento local e global integra o conhecimento de porquê, como e quanta comida acaba nos pratos das pessoas. Os controversos alimentos geneticamente modificados desafiam as noções do que é natural, enquanto as inovações da gastronomia molecular transcendem as expectativas quanto aos sabores e texturas da comida. A capacidade de improvisar é tão importante como a de seguir meticulosamente uma receita. Planear e executar com êxito uma refeição complexa é um exercício de gestão de projetos. Perceber como funcionam os fornos de convecção e de microondas — e porquê — em relação aos vários ingredientes, representa a antítese do conhecimento perecível. A cozinha pode e deve ser um laboratório para a inovação. Existem poucos cursos que combinem melhor conhecimento científico, matérias-primas, novas tecnologias e satisfação dos clientes.
Estes cursos procuram equilibrar a transmissão de conhecimentos em ambiente de sala de aula com o refinamento de capacidades do mundo real. O trabalho nestes cursos exige que se defina a forma de colaborar, interagir com mais dados e análises, gerar e comunicar resultados testáveis, além de improvisar e inovar, caso as coisas não corram como planeado. Os alunos não têm de simplesmente estudar para os testes, estão ao mesmo tempo a testar o seu próprio engenho e intuição. Aqueles que atingirem competência — para não falar em mestria — no seu curso, ficarão cognitivamente enriquecidos e mais desejáveis economicamente para potenciais empregadores. E também não fará mal nenhum à sua capacidade de empreendedorismo.
Michael Schrage, investigador no Massachusetts Institute of Technology, é autor dos livros Serious Play e Who Do You Want Your Customers to Become?
Edição Multimédia. Cada vez mais, os trabalhadores do conhecimento não estarão simplesmente a criar ou a gerar informação, mas sim a reunir, reorganizar e atribuir prioridades à informação de outros. Por outras palavras, estarão a editar. Precisarão de extrair, resumir, sintetizar e apresentar linearmente o trabalho de outras pessoas, ou de máquinas. Muita desta informação será incompleta ou incipiente (podem perguntar ao meu editor.) A capacidade para escrever uma frase ou filmar uma sequência não é o mesmo que a capacidade para as editar. A capacidade para mergulhar em terabytes de dados, identificar (individualmente ou em colaboração) o que é mais importante e reestruturá-lo de uma maneira acessível, com sentido e utilizável por uma variedade de audiências, será cada vez mais uma capacidade essencial. Que empresa não está interessada em licenciados capazes de transformar um petabyte de informação em 12 minutos de uma fluente apresentação multimédia interativa?
Cenários. Além de saber como criar uma narrativa atraente a partir de resmas de dados, haverá um bónus para os que forem capazes de pintar imagens vivas de amanhãs possíveis. O planeamento de cenários é tão essencial para a formulação de estratégias como é para a conceção das tecnologias e indústrias da nova geração. Pensar em termos de cenários força as pessoas a examinarem rigorosamente princípios fundamentais e riscos inesperados. Os cenários exigem capacidades explicativas e analíticas, assim como literárias. Que empregador sério não quer contratar alguém que possa visualizar e articular cenários que descrevam o(s) futuro(s) da empresa?
Desportos de Competição “Fantasy”. Compreender as probabilidades, estatísticas e dados analíticos é cada vez mais importante para identificar e gerir eficazmente os desempenhos altamente talentosos. Como o “Moneyball” e a ascensão dos quantitativos nos desportos profissionais do mundo inteiro atestam, a capacidade para melhorar continuamente a qualidade e especificidade da análise de desempenho é uma chave para o sucesso. A sorte é importante, mas também as probabilidades baseadas em informação. Este curso exige que pequenas equipas de estudantes compitam uns com os outros em, pelo menos, dois desportos de equipa ricos em dados. As equipas de estudantes, dispondo de orçamentos e outros constrangimentos, têm de reunir e pôr em campo as melhores equipas possíveis e justificar os seus investimentos e negócios. As suas notas dependerão, de facto, do desempenho das suas equipas no campo virtual. Serão dados créditos pelo desenvolvimento de formas de medição novas ou inovadoras para a avaliação da performance (por exemplo, números relativos às audiências como uma variável da “economia da equipa”). O objetivo não é criar equipas ou ligas de aspirantes a estatísticos como Nate Silvers mas garantir que os alunos, no final do curso, sabem o suficiente de estatística para não haver probabilidade de serem enganados por charlatães.
Engenharia Reversa. Este curso observa o que faz com que as experiências, invenções e artefactos funcionem, depois desconstrói-os para os voltar a construir. Por outras palavras, é um curso prático em que os estudantes adquirem conhecimentos e capacidades enquanto procuram replicar e recriar coisas que funcionam. O que faz funcionar a página web da Amazon? Quais são os ingredientes de um touchscreen? Como é que um telemóvel faz uma fotografia em comparação com um vídeo? O que faz um membro artificial reagir? O que faz uma torradeira torrar? Trata-se de um curso que monta as coisas depois de, primeiro, as desmontar. O objetivo é dar aos alunos um vocabulário e uma capacidade para, interativamente, compreenderem as ligações entre desenho tecnológico e construção. O objetivo não é de reparação ou manutenção de tecnologias, mas sim dar aos alunos o poder de identificarem e compreenderem os fundamentos de física, ciência dos materiais e desenho tecnológico que se combinam para resultados com valor. Apreciar a essência da tecnologia e a tecnologia da essência é fundamental. Perceber o quanto a integração do design pode ser difícil, desafiadora e importante, e por que razão tem de ser bem gerida, é fundamental.
Programação Comparativa. Há outro blogue neste site que pergunta, “Os MBA devem aprender programação?” E aí está uma pergunta totalmente incorreta. A melhor pergunta a fazer, é: que aspetos de programação devem os estudantes de MBA e os universitários aprender? Quando o mundo está repleto de XML, Erlang, Python, Ruby-on-Rails, Objective C, C++, Java, SQL, etc, “programação” torna-se uma designação pouco apropriada. O desafio pedagógico será, antes, quais são as coisas mais importantes que as pessoas precisam de compreender acerca da gramática, semântica e cultura das linguagens informáticas. Se a fluência não for possível ou prática, o que o é? O valor surge predominantemente da capacidade de programar, ou da capacidade ler, seguir ou perceber as limitações e as forças de um programa? Conceber um curso coerente, que dê às pessoas que usam o software um insight genuíno e praticável para a linguagem subjacente às aplicações e serviços que usam, continua a ser um dos grandes desafios educacionais da era digital. Talvez “Programação Comparativa” evolua para um curso não muito diferente do de Edição, onde a chave para o sucesso cognitivo e conceptual é a capacidade de identificar qual é a linguagem de programação mais importante e, efectivamente, refiná-la. Uma experiência de sala de aula que dá aos alunos a confiança de saberem porquê e como funciona e evolui o seu software será de inestimável valor para os próprios alunos e para os empregadores que os contratem.
Ciências Culinárias & Tecnologia. Outro curso prático, integrando princípios científicos fundamentais com conhecimentos do mundo real, desafia os alunos a transformarem a sua compreensão da comida. Toda a gente come, mas demasiadas pessoas pensam que a comida vem dos supermercados e que cozinhar é aquecê-la segundo as instruções. Compreender a química e as propriedades materiais dos ingredientes é, de facto, uma ciência. Apreciar o papel das tecnologias em cada etapa de cultivo, preparação, apresentação e preservação desses ingredientes exige uma compreensão genuína de engenharia de alta tecnologia. O papel das cadeias de fornecimento local e global integra o conhecimento de porquê, como e quanta comida acaba nos pratos das pessoas. Os controversos alimentos geneticamente modificados desafiam as noções do que é natural, enquanto as inovações da gastronomia molecular transcendem as expectativas quanto aos sabores e texturas da comida. A capacidade de improvisar é tão importante como a de seguir meticulosamente uma receita. Planear e executar com êxito uma refeição complexa é um exercício de gestão de projetos. Perceber como funcionam os fornos de convecção e de microondas — e porquê — em relação aos vários ingredientes, representa a antítese do conhecimento perecível. A cozinha pode e deve ser um laboratório para a inovação. Existem poucos cursos que combinem melhor conhecimento científico, matérias-primas, novas tecnologias e satisfação dos clientes.
Estes cursos procuram equilibrar a transmissão de conhecimentos em ambiente de sala de aula com o refinamento de capacidades do mundo real. O trabalho nestes cursos exige que se defina a forma de colaborar, interagir com mais dados e análises, gerar e comunicar resultados testáveis, além de improvisar e inovar, caso as coisas não corram como planeado. Os alunos não têm de simplesmente estudar para os testes, estão ao mesmo tempo a testar o seu próprio engenho e intuição. Aqueles que atingirem competência — para não falar em mestria — no seu curso, ficarão cognitivamente enriquecidos e mais desejáveis economicamente para potenciais empregadores. E também não fará mal nenhum à sua capacidade de empreendedorismo.
Michael Schrage, investigador no Massachusetts Institute of Technology, é autor dos livros Serious Play e Who Do You Want Your Customers to Become?
A Harvard Business Review aconselha seis cursos fundamentais para que os alunos se destaquem quando entrarem para o mundo do trabalho." FONTE: www.dinheirovivo.pt
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