"Economia
Reformas estruturais para facilitar crédito – recomenda vice-governador Do Banco Central
O vice-governador do Banco de Moçambique, António Pinto de Abreu, quem proferiu estas palavras, citou como exemplo de condicionantes estruturais a disponibilidade de instituições e de produtos e serviços financeiros no território nacional, junto dos agentes económicos e adequados aos diferentes sectores de actividade. António Pinto de Abriu referiu que ciente da necessidade de empreender nova dinâmica ao sistema financeiro e de ajustar o quadro da política monetária às transformações jurídico-institucionais, o Banco de Moçambique vem encetando reformas estruturais, promovendo a adequação da legislação com vista a abrir-se o mercado financeiro a investidores privados nacionais e estrangeiras.As reformas visam também proporcionar um ambiente favorável ao desenvolvimento de produtos e serviços diversificados e a incentivar a expansão dos balcões e dos serviços financeiros às zonas rurais. O vice-governador do Banco de Moçambique falava durante a conferência “Conheça e use o financiamento às pequenas e médias empresas”, evento recentemente promovido, em Maputo, pelo jornal Negócios e pelo IPEME.Na ocasião, Pinto de Abreu frisou que os resultados da reforma são visíveis e consolidam-se ano após ano, ilustrando tal facto com a evolução do número das instituições a operar que passou de apenas três bancos em 1992, para um total de 21 presentemente, com 529 agências ou balcões licenciados, dos quais 502 já em operação.Disse, ainda, a título de demonstração, que há seis anos apenas 28 distritos tinham agências bancárias, perfazendo 274 balcões. Hoje, para além de bancos, existem oito microbancos, sete cooperativas de crédito, 11 de poupança e empréstimo, 202 de microcrédito e 1 instituição de moeda electrónica com mais de 3.000 agentes espalhados pelo país.“Temos a consciência de que o crédito bancário desempenha um papel importante no desenvolvimento do sector empresarial de um país e nenhuma economia pode sobreviver à margem da banca. Na verdade, o crédito possibilita a aquisição de meios de produção, matérias-primas e contratação de mão-de-obra, ou seja, ajuda a provocar a transformação do capital líquido em capital fixo ou meios de produção”, frisou.Reconheceu que as políticas tendentes a manter a inflação baixa e a trazer as taxas de juro para níveis comportáveis por si sós podem não resolver o problema. Para o vice-governador do Banco de Moçambique, coloca-se também a questão da dimensão do mercado encarada em duas perspectivas - por um lado, o tamanho do mercado de crédito com impacto real e capilar para a economia e, por outro lado, a capacidade dos operadores do mercado acompanharem as necessidades crescentes duma economia em franco desenvolvimento.
“O primeiro aspecto prende-se com a tendência à dolarização que se tinha mostrado praticamente irreversível até meados da década passada - os bancos preferiam fazer operações de crédito em moeda estrangeira, diminuindo assim o tamanho do crédito em moeda nacional; os agentes económicos com projectos elegíveis optavam por obter crédito em moeda estrangeira alegadamente por enfrentarem custos mais baixos e mais previsíveis”, referiu.Recordou que viveu-se, no país, anos de crédito em moeda estrangeira superando significativamente o crédito interno em moeda nacional - era a armadilha da dolarização, tomando conta dos balanços da banca nacional.
“O primeiro aspecto prende-se com a tendência à dolarização que se tinha mostrado praticamente irreversível até meados da década passada - os bancos preferiam fazer operações de crédito em moeda estrangeira, diminuindo assim o tamanho do crédito em moeda nacional; os agentes económicos com projectos elegíveis optavam por obter crédito em moeda estrangeira alegadamente por enfrentarem custos mais baixos e mais previsíveis”, referiu.Recordou que viveu-se, no país, anos de crédito em moeda estrangeira superando significativamente o crédito interno em moeda nacional - era a armadilha da dolarização, tomando conta dos balanços da banca nacional.
Aumento de crédito induz redução de juros
Maputo, Segunda-Feira, 22 de Abril de 2013
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