A SEMANA :
Apesar da quebra na economia, Cabo Verde é o país mais estável de África, diz EIU 10 Janeiro 2013
A publicação trimestral Economist Intelligence Unit, especializada em questões económicas, escreve no seu primeiro relatório deste ano que Cabo Verde conheceu, em 2012, um ligeiro recuo económico, que vai continuar em 2013 e 2014. Mesmo assim, a EIU considera Cabo Verde o país mais estável de África a nível económico, político e social.
O organismo que mede o pulsar económico mundial admite a possibilidade de algum risco social no país por causa da elevada taxa de desemprego, do aumento do custo de vida e do contágio da crise económica que grassa na Europa.Alerta ainda para os riscos políticos resultantes de uma frágil coabitação política entre o Governo e um Presidente da República, com ideologias diferentes, que podem levar com que nem sempre Jorge Carlos Fonseca apoie a agenda do Partido Africano da Independência de Cabo Verde nas áreas onde tem influência. O risco é ainda reforçado porque, escreve o documento, o MpD controla 13 dos 22 municípios, após as eleições locais em Julho de 2012.A nível económico, o Economist Intelligence Unit antevê que o país vai ter um défice orçamental de 8,4% do PIB em 2013/14 (8,1% do PIB em 2012) e que reformas fiscais não vão produzir receitas suficientes para compensar a diminuição da ajuda externa e o aumento das despesas correntes e de capital. O EIU retoma alguns dados de 2012, afirmando que a economia cabo-verdiana desacelerou para 4,6%. Para 2013, prevê que o crescimento económico deverá situar-se nos 4,3% e atingir os 4,7% em 2014, em linha com o desempenho da Europa.A inflação média foi de 2,6% em 2012, ficará em 2,3% em 2013 e aumentará para 2,5% em 2014. O déficit em conta corrente vai aumentar, passando de 9% do PIB em 2012 para 9,9% do PIB em 2014.O EIU volta a referir que a economia de Cabo Verde continua altamente dependente de fluxos externos, incluindo do turismo, investimento, ajuda e remessas e que os principais parceiros do país – Portugal e Espanha – enfrentam graves crises económicas e financeiras.O EUI aconselha, por isso, Cabo Verde a diversificar e a aprofundar as relações com a União Europeia, que continua a ser fundamental para a política externa do país. Defende, por exemplo, que o Governo deverá priorizar a isenção de vistos para os cidadãos que visitam esses países e a execução das medidas contidas na parceria especial, incluindo uma maior cooperação a nível do comércio e investimento, mas também na luta contra a imigração ilegal, tráfico de drogas e crime organizado.Como pontos positivos, o relatório refere que com o segundo compacto do Millennium Challenge Account (MCA), programa de ajuda dos EUA, a cooperação em segurança regional e luta contra o tráfico de drogas vão garantir os laços que Cabo Verde mantém com os Estados Unidos. Cabo Verde deverá também reforçar a cooperação "Sul-Sul", especialmente com o Brasil e a China, para tirar vantagem de sua privilegiada posição estratégica para o comércio transatlântico e promover uma maior aproximação com Angola, reforçando sobretudo as relações comerciais.Em termos globais, trata-se de uma avaliação realista, sem dramatismos nem eufemismos. "E o mais importante é que um organismo internacional afirma que somos o país mais estável de África, o que é um grande capital para o investimento", garante um economista abordado por asemanaonline." FONTE JORNAL A SEMANA DE CABO VERDE.
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