quinta-feira, 4 de outubro de 2012

ZUMBO DISTRITO DE TETE MOÇAMBIQUE AINDA SEM SERVIÇOS BANCÁRIOS

A TVM1 TELEVISÃO DE MOÇAMBIQUE TROUXE-NOS A NOTICIA QUE A EMBLEMÁTICA LOCALIDADE E DISTRITO DO ZUMBO NA PROVINCIA DE TETE AINDA NÃO TEM NENHUM BANCO. O MAIS PRÓXIMO FICA A 500 KM NA MACANGA. GRANDE DESAFIO E PRIVILÉGIO QUE O ZUMBO OFERECE AO PRIMEIRO BANCO COMERCIAL A INSTALAÇAR-SE NO ZUMBO. QUAL SERÁ O PRIMEIRO?O MAIS PROACTIVO?
UM POUCO DA HISTÓRIA DO ZUMBO:
 "Feira, depois vila, situada na antiga capitania de Moçambique. Funcionou primeiro na ilha de Meroa (Meroé, Chitacatira), no rio Zambeze, a sul da confluência com o rio Aruângua (Luangwa). Antes de 1723, os mercadores mudaram-se para a margem oriental do Aruângua, onde se localiza a actual vila do Zumbo (15º 36’ S, 30º 26’ E), na província de Tete, em Moçambique. Por fim, em 1788, a feira foi transferida para a península de Mucariva (Mukariva), na junção da margem ocidental do Aruângua com banco norte do Zambeze, a localidade depois conhecida por Feira e, após a independência da Zâmbia, por Luangwa (15º 37’ S, 30º 23’ E). As origens da feira portuguesa remontam à viragem para o século XVIII. Na sequência da expansão do império rozvi de Butua para nordeste do planalto karanga, em 1693, o changamira Dombo expulsou os mercadores portugueses das feiras do ouro do Monomotapa. Alguns deles instituíram novos estabelecimentos nas imediações do Zambeze. A fundação do Zumbo, para captar o ouro explorado no planalto, foi atribuída quer a Francisco Rodrigues, quer a Custódio Pereira, ambos de origem goesa e capitães da feira, eleitos pelos mercadores. O último participou na negociação da paz com os changamira, nos anos de 1710, e a sua notoriedade traduziu-se no epíteto de Pereiras atribuído pelos africanos aos capitães seus sucessores. A história do Zumbo ficou, ainda, associada ao dominicano frei Pedro da Trindade, que, durante uma fome naquela década, alimentou os africanos que trabalharam na construção de uma igreja. O religioso adquiriu um enorme prestígio na região e também ele se tornou capitão até à sua morte, cerca de 1751. Embora localizada em território da chefatura senga, a feira revelou uma notória dependência de Butua, o principal poder a sul do Zambeze. Os changamira opuseram-se firmemente à reabertura das antigas feiras e à presença de mercadores portugueses no planalto. Porém, empenharam-se no funcionamento do Zumbo, que lhes fornecia bens de prestígio, como tecidos e missangas, e cujo capitão-mor lhes entregava um tributo trienal. Do Zumbo, saíam as caravanas dos agentes africanos (vashambadzi) dos mercadores para percorrer diversas rotas comerciais. Dirigiam-se ao sul do Zambeze para negociar na Mukaranga, Muzezuru, Dande e Butua, este o principal mercado abastecedor do ouro. A norte do rio, procuravam as regiões de marfim dos territórios de Senga, Orenge (Lenge) e Mamba. Às actividades comerciais, os mercadores aliaram a exploração de minas de ouro situadas a norte do Zambeze, como Mixonga, Malima, Runguè, Pemba e Chicalango. A feira era abastecida a partir de Tete, com mercadorias transportadas por terra até à Chicova, onde eram transferidas para as canoas que subiam o Zambeze. Constituindo o estabelecimento português situado mais no interior de África, o Zumbo tornou-se a principal feira setecentista e um centro urbano importante. O seu território foi adquirido, como outros, em troca do auxílio militar prestado a diversas chefaturas. Incluía a ilha de Meroa, o estabelecimento inaugural, a terra Mazansua, no sopé da serra do mesmo nome, para onde mudou a feira, e a terra Mukaranga, na margem sul do Zambeze, no Dande. A sua prosperidade atraiu um elevado número de moradores, sobretudo goeses, que para aí se deslocaram com as suas famílias e escravos. Em meados do século, residiam na feira 80 moradores, num total de 478 cristãos. Algumas casas, construídas provavelmente já na segunda metade do século, eram de pedra e rodeadas por extensos quintais, envoltos por cercas. Eram os dominicanos a paroquiar a igreja de Nª Sª dos Remédios e exerceram sempre uma grande influência sobre o destino da povoação. Inicialmente gerida pelos mercadores, a feira foi integrada na administração portuguesa no governo do capitão-general António Cardim Fróis (1726-1731) e os seus capitães-mores passaram a ser nomeados pelos governadores de Moçambique. Em 21 de Junho de 1764, foi instituído o senado da câmara e a povoação ganhou o estatuto de vila, conforme o decreto régio de 1761. Mas, nessa altura, a feira já enfrentava dificuldades. As lutas pela sucessão no Monomotapa, confinado às terras do norte do planalto após a expansão dos changamira, afectaram o funcionamento do Zumbo. Num contexto de maior fragmentação do poder e de emergência de novas chefias, diversos pretendentes ao trono estabeleceram-se nas suas imediações, visando reforçar o poder pelo controlo do comércio. Quer a feira, quer as rotas comerciais a ela associadas eram frequentemente bloqueadas e assaltadas e os mercadores mortos. Além das taxas fixas negociadas com vários chefes, os mercadores tiveram de satisfazer prestações extraordinárias crescentes. Simultaneamente, a proliferação de agentes comerciais, após a instauração da liberdade de comércio na capitania, em 1757, conduziu a uma degradação do valor dos bens importados e à insolvência do crédito concedido aos negociantes. Finalmente, a nomeação de capitães-mores não residentes, que transgrediam as normas vigentes, agravou a conflituosidade com os poderes africanos. Em situações de maior insegurança, os moradores retiravam-se provisoriamente para a ilha do Zambeze ou atravessavam o Aruângua. A feira tornou-se mais dependente do auxílio prestado pelo changamira, cujos exércitos eram chamados a socorrê-la. Nesta altura, o comércio do ouro com o sul do Zambeze declinara irremediavelmente e as caravanas orientavam-se para norte, em busca de marfim" Fonte retirada da NET.

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