"Empresa portuguesa substituiu as rolhas do lote de 168 garrafas naufragadas no Báltico recentemente. Cada uma foi vendida por 30 mil euros
Corticeira Amorim homenageada com garrafa de champanhe com 200 anos
Champanhe com 200 anos vale 30 mil euros
D.R.
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O governo da região autónoma finlandesa de Aland cedeu à Corticeira Amorim, a título vitalício, uma das garrafas de champanhe que esteve perdida no mar Báltico durante cerca de 200 anos, na sequência de um naufrágio de um veleiro.Estas garrafas foram depois recuperadas e vendidas a 30.000 euros cada.O recipiente em questão integrava o lote de 168 garrafas de champanhe e cerveja que, em julho de 2010, foram descobertas a 50 metros de profundidade no interior de uma escuna -- tipo de veleiro - naufragada a sul do arquipélago de Aland e que seriam depois resgatadas com o apoio técnico da corticeira portuguesa - cuja intervenção foi recomendada pela Veuve Clicquot, uma das marcas de champanhe incluídas no carregamento, juntamente com a Juglar e a Heidsieck.Para Carlos de Jesus, diretor de Marketing e Comunicação da Amorim, o gesto do governo de Aland "é o reconhecimento do 'know-how' da empresa" e a garrafa em si mesma é "história líquida, em ótimo estado de conservação", na medida em que os indícios recolhidos no naufrágio apontam no sentido de esses recipientes terem sido fabricados entre 1800 e 1830."Estamos a falar de garrafas de champanhe que são das mais antigas do mundo", realça o responsável da corticeira. "E não é só o objeto de vidro que é um achado, porque os especialistas já validaram o estado de conservação e a qualidade do próprio champanhe - para o que terá contribuído, obviamente, a sua preservação em condições quase ideais de pressão, baixa temperatura e pouca luminosidade".As provas sensoriais fizeram-se com o conteúdo de um número restrito de garrafas, sendo que é uma dessas a que agora está entregue, vazia, aos cuidados da Amorim. "É um privilégio enorme, terem-no cedido este exemplar, considerando que puseram as garrafas à venda a 30.000 euros cada e devolveram algumas ao mar Báltico, enterrando-as numa localização que não foi divulgada", declara Carlos de Jesus."Esta vai continuar a ser uma história cheia de segredos", acrescenta o responsável da corticeira, que já desenvolveu uma teoria pessoal sobre a garrafeira da escuna naufragada: "Se, hoje, o champanhe é um produto acessível mas, no caso destas marcas, ainda é considerado um produto de luxo, há 200 anos atrás este lote de garrafas constituía uma carga ainda mais valiosa, preciosíssima, pelo que o mais provável é que se dirigisse a um destinatário com elevado poder de compra, eventualmente o czar da Rússia".Certo é que os recipientes descobertos no Báltico estavam selados por rolhas de cortiça e que, quando a primeira garrafa chegou à superfície, a mudança de pressão atmosférica levou o vedante a deslizar automaticamente até se libertar do vidro."Houve então a necessidade de substituir todas as rolhas das garrafas", explica o diretor de Marketing da Amorim, "mas ninguém sabia em que condições estava a cortiça original, qual a dimensão do 'bottle neck' [gargalo] ou se o vidro conseguiria resistir ao arrolhamento - já para não referir uma série de outras coisas que podiam correr mal".A primeira medida adotada foi a produção individual de 168 rolhas que, ao contrário do que é prática na atualidade, foram fabricadas numa única qualidade de cortiça, para a rigorosa reprodução das condições do engarrafamento original.A Amorim disponibilizou depois aos técnicos responsáveis pela substituição desses vedantes uma arrolhadora de prensa manual portátil, com a qual a operação foi concretizada "em pleno alto mar", em condições que procuraram reproduzir o ambiente em que as garrafas se encontravam a 50 metros de profundidade."Por sorte, não houve nada que corresse mal", confessa Carlos de Jesus. "Tínhamos em mãos uma tarefa cheia de incógnitas, adaptámo-nos às circunstâncias e a cortiça portuguesa faz agora parte de uma história que irá continuar a alimentar a imaginação de muita gente".
Rolhas foram fabricadas individualmente pela empresa portuguesa e colocadas em alto mar, para preservar condições de engarrafamento original" Fonte www.dinheirovivo.pt
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