segunda-feira, 28 de novembro de 2011

MOÇAMBIQUE PORTUGAL, COOPERAÇÃO: CONTRA FACTOS NÃO HÁ ARGUMENTOS!

"Moçambique/Portugal: Crise financeira não impedirá cooperação – Guebuza em Lisboa 29/12/2011. (Presidente Guebuza recebendo o SG do PS, José António Seguro/Foto ussene Mamudo)Por Gustavo Mavie, da AIM, em Lisboa
O Presidente Armando Guebuza disse que a grave crise financeira que afecta Portugal é apenas um desafio que não impedirá que este país europeu continue a cooperar com Moçambique.Falando numa entrevista ao Diário Económico português, poucas horas do começo, hoje, da Cimeira bilateral Moçambique - Portugal, em resposta à pergunta sobre se ainda será possível que os dois países cooperem tal como o vinham fazendo com a crise que se abate sobre Portugal, Guebuza respondeu que ‘esta cimeira é prova de que estamos mais do que determinados a continuarmos com a nossa cooperação”.Durante a entrevista que antecedeu a cimeira bilateral, de dois dias, e em que as lideranças de ambos os países irão fazer uma avaliação do que se fez nos últimos 12 meses no que tange à sua cooperação bilateral, e esboçar novos projectos a serem executados até a próxima cimeira, Guebuza vincou que encara esta crise apenas como um desafio ou novo obstáculo por se transpor e que, obviamente, exigirá soluções mais arrojadas para que se prossiga com o intercâmbio entre as duas nações.
Moçambique e Portugal realizam, anualmente, uma cimeira bilateral.O estadista moçambicano disse que pessoalmente não é pessimista e que está mais do que convencido que tanto Portugal como o resto dos países da zona do Euro irão certamente encontrar uma solução a esta crise.Vincou que é devido a sua convicção de que esta crise é apenas um desafio que será mais cedo do que tarde resolvido. ´Nós moçambicanos continuamos tão optimistas quanto sempre, já que contamos agora com mais recursos do que antes’.Ele defendeu a tese de que os dois países estão em condições de virar a situação e continuarem a cooperar normalmente. Fora disso, segundo Guebuza, as duas nações contam com vantagens que se forem combinadas serão uma solução para os problemas de um e do outro país.Guebuza apontou os imensuráveis recursos naturais, como o carvão de Tete e o gás que se está descobrindo na bacia do Rovuma, que podem ser extraídos com a ajuda dos técnicos portugueses que agora podem estar a cair no desemprego devido à crise. Ele disse haver vantagem nesses técnicos porque falam a mesma língua que a moçambicana.Guebuza confirmou que as quantidades de carvão e de gás descobertas até aqui deixam claro que são tão imensas que poderão fazer com que Moçambique venha a ser, a breve trecho, um dos maiores produtores do mundo e que para a sua exploração será preciso recorrer a técnicos portugueses como de outras nacionalidades.A ida de técnicos portugueses para Moçambique para trabalharem não só nos projectos que serão esboçados nesta cimeira que termina Terça-feira foi defendida pelo novo secretário-geral do Partido Socialista português, durante a audiência que este teve com o Presidente Guebuza no hotel em que o estadista moçambicano se encontra hospedado, em Lisboa.O mesmo foi defendido por outras personalidades portuguesas que têm estado a investir em Moçambique e que hoje tiveram igualmente encontros com o Presidente moçambicano, destacando-se o Dr. Almeida Santos, um velho amigo de grande parte dos actuais líderes moçambicanos, bem como pelo PCA da Galp Energia, Manuel Ferreira de Oliveira, que neste caso é uma das empresas que fez a co – descoberta de mais uma reserva de gás em Cabo Delgado, Norte de Moçambique, que se adicionou à descoberta da Anadarko.Outros dos empreendimentos que estão em carteira, são as da construção de estradas, quase todas nas províncias de Cabo Delgado e Niassa, zona Norte, e Manica e Zambézia, Centro do país.Na verdade, é longa a lista da carteira de empresas portuguesas que, apesar da crise, asseguram que continuarão a investir em Moçambique, destacando-se a Portucel que irá construir uma fábrica de papel no valor de 1,7 milhão de dólares, a Galp que prometeu investir mil milhões de euros, a Visabeira que diz que vai adicionar mais 1,46 milhões de euros na industria de hotelaria no Parque Nacional de Gorongosa, Centro do país, do Grupo Pestana que investirá 47,5 milhões de euros em adição aos milhões que já aplicou no país nos últimos 16 anos, para além da TAP (Transportadora Aérea portuguesa) que promete reforçar os seus voos para Moçambique e vice-versa.O que mostra que esta crise é de facto mais um obstáculo que se veio juntar aos que os dois países vinham enfrentando ou ultrapassando e cooperando, como bem o diz Guebuza, é o facto de que as exportações portuguesas para Moçambique aumentaram nos últimos quatro anos em mais 41,1%. O Presidente da Câmara do Comercio Portugal – Moçambique, João Navega, disse que as exportações passaram de 1.151 empresas que exportavam os seus produtos para o mercado moçambicano até 2006, para 1.520 em 2010.O gás descoberto no país é de 100 trilhões, o que daria para o consumo de Portugal por 100 anos. A grandeza das reservas de gás, por exemplo, pode se aferir pelo facto de que só os 20 biliões de pés cúbicos (PCS) que se acabam de descobrir sejam suficientes para abastecer Portugal durante 12 anos, se mantivesse o seu consumo actual de um bilião de pés cúbicos ou PCS por um período de cinco anos.Assim dito, os 100 biliões de PCS que até aqui foram descobertos em todo o país, incluindo os 20 PCS que se acabam de descobrir na Bacia do Rovuma por um consórcio que envolve a empresa portuguesa Galp Lda e outras italianas e coreanas, coloca Moçambique na possibilidade de vir a ser um dos 10 países maiores produtores de gás natural do mundo.Guebuza espera desfecho final sobre os 15% de Cahora Bassa. Durante a entrevista, Guebuza disse ter sido assegurado pelo actual Primeiro-ministro português, Passos Coelho, quando se avistaram em Nova Iorque, em Setembro último, que se chegaria a um desfecho final sobre com quem deverão ficar os restantes 15% do capital social da Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB) que ainda estão na posse do Estado português, depois que este aceitou a entrega dos 85 por cento a Moçambique.O que a imprensa portuguesa veicula hoje, mas que oficialmente não se confirmou ainda, é que os 15% serão repartidos por duas empresas, sendo metade para a Rede Eléctrica de Energia de Portugal e a outra metade para a CEZA, que é a empresa do Estado moçambicano que faz a gestão e exploração da HCB no Songo, província central de Tete.Caso esta divisão se concretize, a Rede Eléctrica iria ser uma das parceiras do Estado moçambicana na construção da linha de condução de energia eléctrica que ligará Tete a Maputo e cujo lançamento oficial se fez semana passada, na capital moçambicana.(RM/AIM)" Fonte Rádio Moçambique.







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