"Navegabilidade do rio Zambeze ainda é assunto por decidirExportação do carvão de Benga: Utilização do Zambeze decidida dentro de meses. O GOVERNO poderá pronunciar-se, dentro de meses, sobre a viabilidade ambiental do projecto de escoamento do carvão mineral de Benga, em Tete, através do rio Zambeze. Com efeito, teve lugar sexta-feira, em Maputo, a última reunião de consulta pública para o enriquecimento do estudo do impacto ambiental, cujo esboço deverá ser submetido próximo mês ao Conselho de Ministros.Maputo, Segunda-Feira, 23 de Maio de 2011:: Notícias . A utilização do rio Zambeze na exportação do carvão decorre das limitações da linha-férrea de Sena, ligando a zona mineira de Tete e o Porto da Beira. A capacidade da ferrovia está calculada em cerca de seis milhões de toneladas por ano, um volume considerado irrisório, tendo em conta a necessidade de partilha do seu uso com outros operadores mineiros. Foi em face destas limitações que a Riversdalle Moçambique, Limitada, concessionária dos jazigos de Benga, contratou a Environment Resources Management Sothern Africa para, em parceria com a Impacto Associados, desenvolver estudos de impacto ambiental, cujos resultados não mostram grandes inquietações. O anteprojecto submetido à apreciação da sociedade civil moçambicana fala de impactos mínimos no meio ambiente por duas razões. A primeira porque o transporte fluvial não vai implicar alterações no regime hidrológico do Zambeze e, a segunda, porque embora estejam previstas dragagens, os sedimentos resultantes deste processo serão movimentados dentro do próprio leito.Segundo explicações avançadas por Vítor Hugo Nicolau, consultor que apresentou os estudos, a alteração do regime hidrológico e as dragagens são dois factores determinantes para a ocorrência da restante cadeia de impactos possíveis no transporte fluvial.Refira-se que entre os receios que vinham sendo manifestados pela sociedade civil, nas consultas públicas deste projecto, constavam a probabilidade de o transporte fluvial poder afectar a pesca, ocorrência de derrames de petróleo, bem como a propagação de poeiras de carvão. Estes aspectos, segundo a consultoria, estão acautelados.Em relação à possibilidade de derrame de petróleo, a consultoria tranquilizou referindo que a Riversdalle vai encomendar barcos com depósitos de combustíveis compartimentados para assegurar que em caso de acidente o despejo ocorra apenas num dos pequenos tanques. Vítor Nicolau admitiu que há três áreas que estarão sob pressão permanente do ponto de vista ambiental, nomeadamente Benga, que é lugar de chegada e saída de barcaças, Mutarara, zona intermédia de carga e descarga e Chinde, onde estará atracado um navio armazém, donde partirão as exportações do carvão. O carvão será transportado num “comboio” de pequenas embarcações sem motor, até oito unidades, empurradas por um barco apropriado. Cada uma das barcaças pode carregar 2 500 toneladas.Caso seja aprovado, o transporte fluvial vai minimizar os problemas logísticos para o escoamento deste mineral, enquanto não for construída uma linha-férrea de Moatize ao Corredor do Norte para o aproveitamento do Porto de Nacala." Fonte Jornal NOTICIAS. NB: Participei neste encontro que se realizou em Tete no Hotel Zambeze no dia 19 de Maio de 2011, oportunamente farei os meus comentários. Pois sobre este tema já havia escrito um trabalho a 23 de Setembro de 2008 no Jornal de Negócios, "Desafio Africano e Caminhos para o Desenvolvimento".
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