segunda-feira, 29 de novembro de 2010

MULHER MOÇAMBICANA: TRABALHAR NO DISTRITO É UM BOM DESAFIO

"Vale a pena trabalhar no distrito. É UMA mulher jovem como tantas outras que este país viu nascer, uma década depois da proclamação da independência nacional, que aceitou os desafios que lhe foram postos pela sua nova carreira profissional, depois que concluiu com sucesso a sua licenciatura em direito, na Universidade Católica de Moçambique, delegação de Nampula.Maputo, Sexta-Feira, 19 de Novembro de 2010:: Notícias . De seu nome, Iolanda dos Reis Carmo Lobo, desempenha desde princípio deste ano funções de juíza presidente do Tribunal Judicial Distrital de Meconta. Depois de concluir a faculdade, teve uma formação específica da carreira de magistrado, processos todos feitos em grandes cidades, o que para ela a sua indicação para dirigir aquela instituição àquele nível foi um tanto ou quanto complicado, porque a sua vida desde a infância teve basicamente uma estrutura urbana. “Foi complicado para mim. Primeiro não conhecia o distrito, não sabia o que iria encontrar, daí que tomei a atitude de conhecer o terreno e foi aí onde enfrentei uma grande desilusão de toda a minha vida. Não imaginava que ia encontrar um local onde não há lojas, obrigando-nos a fazer compras em Nampula ou Namialo”, acrescentando que graças à motivação que recebeu do seu pai e do esposo deram um alento para que conseguisse ultrapassar este primeiro embate na sua vida profissional. Outra dificuldade com que teve de se confrontar na actividade laboral tem a ver com o aspecto do domínio da língua macua, pois em muitos julgamentos por ela dirigidos, alguns intervenientes nos respectivos processos não se expressam ou entendem o português, mas que tem tido ajuda dos juízes eleitos que de alguma forma facilitam o trabalho, tendo em conta que o tribunal distrital não tem a figura de tradutor oficial. “Reservo maior tempo do dia a esta instituição, e aproveitando a pacatez da própria vila, o restante ocupo na leitura, um “hoby” que adoro muito”, anotou Iolanda Lobo. Espera, entretanto, que depois de cumprir a comissão de serviço na qualidade de juíza presidente do Tribunal Judicial Distrital de Meconta, lhe seja oferecida uma oportunidade para lidar com uma instituição que tenha maior movimento processual com vista a desenvolver o seu intelecto, como são os casos das cidades de Nampula e Nacala. “Aqui no distrito temos a meta mensal de 30 processos que devemos julgar, o que temos alcançado”, sentencia a juíza presidente. Como jovem que é diz que gosta de escutar música romântica, principalmente quando está na sua viatura. Em tempos atrás foi praticante de basquetebol e em termos de culinária adora uma boa feijoada. “Devo dizer a todos os jovens recém formados, principalmente às mulheres, que o distrito não é um bicho de sete cabeças, vale a pena abraçar este desafio quando nos é proposto a assumir. As mulheres devem se entregar e perseverar mais nos estudos e procurarem a sua independência”, apelou Iolanda. Luís Norberto". Fonte Jornal NOTICIAS

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