terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

ALGODÃO DE MOÇAMBIQUE COMPRA ANTECIPADA ENCORAJA O CIRCUITO DE PRODUÇÃO E COMERCIAL

O Instituto de Algodão de Moçambique (IAM) poderá manter a nova abordagem adoptada no ano passado que consiste na antecipação por um mês do processo de comercialização do chamado “ouro branco”, como forma de garantir maior qualidade do produto, por um lado, e, por outro, capturar melhores janelas de oportunidade no mercado internacional.
Um relatório da instituição a que tivemos acesso indica que os resultados conseguidos no primeiro ano de implementação desta abordagem de compras precoces encorajam o IAM e os actores a continuarem com a medida.
No global, o país produziu no ano passado cerca de 96 mil toneladas de algodão caroço contra as 110 mil toneladas que haviam sido inicialmente planificadas.
O relatório do IAM realça que todas as empresas praticaram o preço aprovado pelo Governo de 11,75 meticais para o algodão da primeira qualidade e 8,70 meticais para o da segunda qualidade. A excepção vai para as empresas SANAM e OLAM que praticaram o preço único de 11,75 meticais para as duas qualidades, facto que comprometeu o esforço de separação da qualidade de algodão.
Adianta também que observou-se maior dinamismo no processo de comercialização no mês de Agosto. Neste período foram contratadas frotas de camiões privados que aceleraram o processo de escoamento, na intenção de terminar o processo de compra dentro do prazo estipulado, 30 de Setembro.
“Embora o processo se tenha prolongado até a primeira semana de Outubro, devido a exíguas quantidades em locais de difícil acesso por intransitabilidade de vias, conseguiu-se comercializar o algodão em tempo recorde, tendo em conta que em campanhas passadas o processo de comercialização prolongava-se até Dezembro/Janeiro, mesmo com quantidades mais baixas que as actuais”, refere o relatório do IAM.
O documento a que tivemos acesso não adianta os ganhos reais da antecipação da comercialização de algodão no mercado internacional. No entanto, sabe-se que noutros anos a partir de Agosto os preços internacionais de algodão começam a cair devido à difusão das estimativas sobre a previsão da produção no hemisfério norte.
Antecipando a comercialização interna, Moçambique esperava iniciar o processo de exportação da fibra com alguns meses de antecedência o que permitiria aproveitar os melhores preços que a essa altura vigoram no mercado internacional de algodão.
De referir que, o subsector de Algodão em Moçambique tem sido aquele que ao longo do tempo se mostra resistente aos diversos factores estruturais de natureza sociopolítica e económica, tanto ao nível interno assim como externo.
É nesse contexto que, mesmo perante a crise económica que abala o mundo, 2014 foi o quinto ano consecutivo de prática de “preços bons”. Estima-se que no geral as concessionárias gastam anualmente qualquer coisa como 80 milhões de dólares norte-americanos para a produção de algodão e que daquele valor 40 milhões vão directamente para as mãos dos camponesesprodutores (estimados em 20 milcamponeses)."
FONTE: JORNAL NOTICIAS DE MOÇAMBIQUE

Sem comentários:

Enviar um comentário